Os estudos do Eng. José Sócrates
Parece-me que o Doutor Francisco Louçã esteve muito bem ao observar que, neste affaire da escolaridade do nosso primeiro-ministro, importa ficar esclarecido se o Eng. José Sócrates contou com algum favorecimento da Universidade Independente, ou se a veio a beneficiar enquanto governante. Diga-se de passagem que Louçã voltou a estar bem ontem, ao concluir que considerava o assunto encerrado.
Encerrado ou encerado?!
Fiquei com algumas dúvidas, depois da entrevista de quarta-feira. Tendo concluido o Bacherato em Engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, José Sócrates veio a ingressar no curso de Comunicação e Transportes do ISEL, tendo realizado 10 cadeiras durante um ano lectivo. Isto significa que José Sócrates não esteve a estudar engenharia civil no ISEL! Portanto, se mudasse de ideias e quisesse voltar ao curso de engenharia civil, teria de se inscrever no respectivo CESE e estudar mais 2 anos lectivos (suponho que 1 ano lectivo do CESE em Comunicação e Transportes pouco terá a ver com 1 ano lectivo no CESE em Engenharia Civil).
Resumindo: com a transferência do ISEL para a UI Sócrates conseguiu substituir um CESE de 2 anos em Engenharia Civil (o que corresponde ao aproveitamento a cerca de 20 disciplinas), pelo aproveitamento a 5 disciplinas (o que, se forem semestrais, corresponde a 1 semestre de estudos). É obra!
A entrevista foi má. As disciplinas feitas na UI foram anuais ou semestrais? José Alberto de Carvalho insistiu absurdamente no facto de Sócrates ter ingressado nos seus estudos na UI sem ter entregue atempadamente o certificado de habilitações do ISEL. So What? Na entrevista o primeiro-ministro mostrou que agiu de boa-fé - o que já era sobejamente sabido - visto que a informação que tinha prestado à UI sobre o seu aproveitamento no ISEL era fidedigna. Ora o que importava que tivesse ficasse esclarecido na entrevista era se a legalidade tinha sido respeitada. E isso não ficou esclarecido. E, aparentemente, a lei obriga a que um processo de transferência seja devidamente documentado antes do estudante reiniciar os seus estudos. Ora, a ser verdade isto, o primeiro-ministro na sua vida privada considera que uma lei pode ser desrespeitada, desde que implique desconfiança na sua palavra. E esta situação faz lembrar a de António Vitorino, que não respeitou a lei numa declaração fiscal, embora tenha pago mais imposto do que se o tivesse feito...
E a entrevista também foi má por outra razão. Os entrevistadores deixaram o primeiro-ministro debitar minutos a fio um discurso agressivo, previamente decorado, como os maus alunos que despejam nos testes pedaços decorados ou copiados dos apontamentos das aulas ou dos manuais (vulgo "atirar barro à parede"). É desgastante ouvir José Sócrates. Só me interrogo se o primeiro-ministro utiliza o mesmo tom quando fala com os seus colegas nos Conselhos Europeus. Se não o faz, por que razão o faz quando se dirige ao eleitorado que o elegeu?!
Encerrado ou encerado?!
Fiquei com algumas dúvidas, depois da entrevista de quarta-feira. Tendo concluido o Bacherato em Engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, José Sócrates veio a ingressar no curso de Comunicação e Transportes do ISEL, tendo realizado 10 cadeiras durante um ano lectivo. Isto significa que José Sócrates não esteve a estudar engenharia civil no ISEL! Portanto, se mudasse de ideias e quisesse voltar ao curso de engenharia civil, teria de se inscrever no respectivo CESE e estudar mais 2 anos lectivos (suponho que 1 ano lectivo do CESE em Comunicação e Transportes pouco terá a ver com 1 ano lectivo no CESE em Engenharia Civil).
Resumindo: com a transferência do ISEL para a UI Sócrates conseguiu substituir um CESE de 2 anos em Engenharia Civil (o que corresponde ao aproveitamento a cerca de 20 disciplinas), pelo aproveitamento a 5 disciplinas (o que, se forem semestrais, corresponde a 1 semestre de estudos). É obra!
A entrevista foi má. As disciplinas feitas na UI foram anuais ou semestrais? José Alberto de Carvalho insistiu absurdamente no facto de Sócrates ter ingressado nos seus estudos na UI sem ter entregue atempadamente o certificado de habilitações do ISEL. So What? Na entrevista o primeiro-ministro mostrou que agiu de boa-fé - o que já era sobejamente sabido - visto que a informação que tinha prestado à UI sobre o seu aproveitamento no ISEL era fidedigna. Ora o que importava que tivesse ficasse esclarecido na entrevista era se a legalidade tinha sido respeitada. E isso não ficou esclarecido. E, aparentemente, a lei obriga a que um processo de transferência seja devidamente documentado antes do estudante reiniciar os seus estudos. Ora, a ser verdade isto, o primeiro-ministro na sua vida privada considera que uma lei pode ser desrespeitada, desde que implique desconfiança na sua palavra. E esta situação faz lembrar a de António Vitorino, que não respeitou a lei numa declaração fiscal, embora tenha pago mais imposto do que se o tivesse feito...
E a entrevista também foi má por outra razão. Os entrevistadores deixaram o primeiro-ministro debitar minutos a fio um discurso agressivo, previamente decorado, como os maus alunos que despejam nos testes pedaços decorados ou copiados dos apontamentos das aulas ou dos manuais (vulgo "atirar barro à parede"). É desgastante ouvir José Sócrates. Só me interrogo se o primeiro-ministro utiliza o mesmo tom quando fala com os seus colegas nos Conselhos Europeus. Se não o faz, por que razão o faz quando se dirige ao eleitorado que o elegeu?!