sexta-feira, março 31, 2006

SCUT - Pagar ou não pagar portagens?

Bem sei que não está na ordem do dia o tema do pagamento das SCUT. Os temas escolhidos pelo Governo para esta semana são o Simplex333 (que saudades de resolver uns problemas de programação linear!), e, claro, a extinção de serviços e directorias da Administração Pública.

Mas enquanto comia uns tremoços e bebia uma imperial lembrei-me de uma distinção relativamente às portagens nas SCUT.

Ex post, depois de construir essas vias coronárias de pessoas e mercadorias, acho que é mais eficiente que o Estado cobre impostos no consumo de combustível, em vez de impor portagens – o importante é que as pessoas sejam criteriosas na utilização dos seus carros, e não que sejam "expulsas" dessas boas estradas, optando por estradas piores sem portagens. Claro que temos o azar da Espanha ser dos países com o combustível mais barato da UE, e por isso dão particularmente nas vistas os nossos preços altos.

Ex ante, antes da construção dessas estradas, tudo é diferente. Se as vias forem pensadas para terem portagens, e para terem uma exploração comercial "normal", os custos da construção tenderão a ser muito mais controlados. Com efeito do lado das receitas existe um tecto – o preço por quilómetro cobrado nas portagens anda por volta dos 6 cêntimos de Euro, e o tráfego não permite apascentar muitos elefantes. Portanto é necessário que os custos sejam razoáveis. E a gestão da obra vai ser muito mais cuidadosa.

No caso das SCUT não é imperioso aquele cuidado com os custos. E esse cuidado depende ainda do modelo de financiamento da obra – podemos considerar vários cenários:
a) O custo da construção é repercutido integralmente no(s) OE do(s) ano(s) da construção;
b) O custo é repercutido em parte no(s) OE do(s) ano(s) da construção e o remanescente repercutido nos OE ulteriores;
c) É feita uma "engenharia financeira" que permite repercutir integralmente o custo para os OE ulteriores ao momento da conclusão da obra, com um período de carência de 3 ou 4 anos (para ganhar fôlego!) antes de começarem as anualidades.

É claro que o cenário c) é o mais simpático para permitir um disparo nos custos - e foi o cenário escolhido pelo Eng. Guterres... A ausência de portagens gera portanto ineficiência - em primeiro lugar na escolha dos próprios troços, que poderão ter um tráfego insuficiente (who cares!) e, depois, nos custos de construção inflacionados.

Moral da história: as dificuldades orçamentais podem justificar a instalação de portagens nas actuais SCUT (pese embora a perda de eficiência, por afugentar o tráfego para estradas nacionais isentas de portagens), e é preferível não insistir no modelo das SCUT, optando pela exploração comercial de novos troços de AE.

Claro que estas "reformas" fazem lembrar o esforço reformista de Santana Lopes, baseado na imposição do princípio do utilizador-pagador. Mas esse princípio tem contornos amargos – parece que o contribuinte paga um sistema público ineficiente com os seus impostos, e depois é obrigado a pagar novamente quando utiliza directamente alguns serviços.

quinta-feira, março 30, 2006

Nomes bonitos

- Guilherme, não mexas aí! Berenice, anda para aqui!
- É só nomes bonitos!
- Sim, Guilherme, Berenice...
- Que idade têm eles?
- Um ano e meio, dois anos. Mas é mais para perto dos dois anos.
- Tá, bom-dia. Bom trabalho.
- Obrigada.
E lá seguiu a turminha de meninos com caras espantadas.

Na Feira do Livro Manuseado, Rua Augusta, Lisboa.

terça-feira, março 28, 2006

No elevador da Glória

- Il n'y a pas un arrêt au millieu?
- Si, un arrêt-pipi, eheheheh.
- Peut-être... eheheheh.
Um grupo de turistas franceses, no Elevador da Glória, Lisboa.

quinta-feira, março 16, 2006

Inflação e desemprego

Ricardo Reis, o jovem professor português da Universidade de Princeton, na sua coluna quinzenal no Diário Económico, escreveu um artigo intitulado "A estabilidade dos preços" onde observa: "O novo conhecimento [o dos anos 90 de uma política monetária implementada por bancos centrais independentes e baseada na transparência da comunicação com os mercados e na fixação das taxas de juro, gradualmente ajustadas ao longo do tempo] trouxe uma nova visão: a estabilidade dos preços e baixo desemprego não são objectivos em conflito nem são independentes. Antes, são objectivos complementares. (...) Se as pessoas acreditarem que os preços se vão manter estáveis, não é necessário que a política monetária reaja tanto em resposta a choques. Temporariamente, pode-se utilizar a política monetária para aliviar recessões. É este o novo consenso e vivemos hoje perto de uma nova época dourada na macroeconomia. Sem entrar nas euforias do passado, esperemos que dure." (DE, 7 de Março.)

O admirável mundo novo!

Fiquei a pensar nuns gráficos com curvas de Phillips "refundidas". Num gráfico com a taxa de desemprego nas abcissas e a taxa de inflação nas ordenadas, aquelas curvas serão em forma de L.

Políticas monetárias mais azelhas farão com que a economia funcione fora do vértice do L, perdendo-se num dos objectivos. Políticas económicas beras afastam o L da origem, sendo que perdemos nos dois objectivos.

Como se aproxima o L da origem dos eixos?

quinta-feira, março 09, 2006

Fotógrafos americanos - as pessoas




Mike Disfarmer, 1884-1959
Dorothea Lange, 1895-1965
Gordon Parks, 1912-7 de Março de 2006

segunda-feira, março 06, 2006

Aranha velha, aranha nova

"A mitologia grega é a base...

... da cultura europeia. Costumo dizer que todos nós falamos grego, pois na Europa 80% das palavras são gregas."

George Potamianos, armador grego fixado em Portugal há 20 anos, proprietário do operador turístico Classic International Cruises (com facturação anual de 60 milhões de Euros), dedicado à actividade de cruzeiros marítimos com quatro paquetes de bandeira portuguesa: Princess Danae, Arion, Funchal e Athena. Conceição Antunes, "Um grego em Caxias", Semanário Expresso-Economia, 4 de Março de 2006.

domingo, março 05, 2006

Flan de pêssego

Com o resto da massa quebrada do flan, fiz uma pequena tarte de maçã:

sexta-feira, março 03, 2006

Aproximações

Bacias de atracção para x^5-1=0; tons mais escuros significam mais iterações para a convergência (Fonte: Wikipedia; entrada: Newton's method) . Uma curiosidade: a raiz x=1 tem multiplicidade 1 ou 5?

"Tenho aos 20 a casa...

... que sonhava ter aos 40" (publicidade BES) ou "Tenho aos 20 a dívida que nunca sonhei ter"?
Blog Trashed by Mandarin