Lisboa e a paisagem...
As eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, no dia presumivelmente quente de 1 de Julho, são, no fundo, um reconhecimento da sensatez de Cavaco Silva, quando decidiu tentar a participação de Portugal na União Económica e Monetária, salvo erro em 1992 ou 1993.
Se não tivessemos embarcado no Euro, hoje, provavelmente, Portugal seria uma enorme Lisboa, com trapalhadas atrás de trapalhadas, instabilidade económica e política. É um bocadinho triste, mas é essa a impressão que dá.
A campanha autárquica é patética. Enerva-me a satisfação de António Costa, ante a facilidade de derrotar o candidato do PSD. O slogan de Fernando Negrão ("Lisboa a sério") é assustador, parece que o PSD se permitiu nos últimos anos brincar com a cidade de Lisboa e agora, finalmente, decidiu-se pela seriedade. Não sei o que pensar do Eng. Carmona Rodrigues.
E a Arquitecta Helena Roseta? Lembro-me da exaltação da arquitecta, há meia-dúzia de anos, quando os preços do imobiliário dispararam. Helena Roseta admirava-se disso, visto que as taxas de juro estavam a cair... Portanto se a Arquitecta não compreende a relação entre as taxas de juro e o preço do imobiliário, como é que posso votar nela para a Câmara?
Suponhamos que, por um momento, o PSD esteve bem em retirar o apoio ao Presidente da CML, o que veio a despoletar as eleições intercalares. Nesse caso - virtuoso, diria! - um paisano como eu tem todo o interesse em votar num candidato apoiado por um partido político. Isso é uma garantia, nestas águas turvas camarárias, de que a cidade não é governada por alguém que perdeu a respeitabilidade política. Ora a Arq. Helena Roseta, deputada do PS, não obteve esse apoio, ou seja, não obteve a garantia do PS, de que, aliás, se desvinculou.
E se o PSD esteve mal em retirar a confiança a Carmona Rodrigues?... Talvez o perfume do voto anti-sistema emparceire Lisboa com o trio Oeiras-Felgueiras-Gondomar.
E resta o voto numa espécie de semi-anti-sistema, em José Sá Fernandes, candidato do Bloco de Esquerda.
Dá-me sempre um momento de boa disposição pensar no Dr. José Sá Fernandes.
Em primeiro lugar Sá Fernandes dá-me uma incrível sensação de vertigem. Como é que um advogado consegue, com uma providência cautelar, parar uma obra pública de envergadura na capital, durante meses a fio? É realmente impressionante. Se isso aconteceu em Lisboa, o que é que ele poderia fazer por esse país fora? Imagino que, nas calmas, poderia suspender a actividade de meio país. Isto só demonstra que o Sá Fernandes é preciso na Câmara, pelo menos para dificultar, com a sua competência, as iniciativas de outros advogados engenhosos.
Como é possível a Bragaparques, alegadamente, ter tentado corromper Sá Fernandes, conforme a acusação do Ministério Público aquela empresa? O Dr. José Sá Fernandes?! Mas não é óbvio que isso seria uma iniciativa de insucesso garantido?
Acho que já sei em quem votar.
Se não tivessemos embarcado no Euro, hoje, provavelmente, Portugal seria uma enorme Lisboa, com trapalhadas atrás de trapalhadas, instabilidade económica e política. É um bocadinho triste, mas é essa a impressão que dá.
A campanha autárquica é patética. Enerva-me a satisfação de António Costa, ante a facilidade de derrotar o candidato do PSD. O slogan de Fernando Negrão ("Lisboa a sério") é assustador, parece que o PSD se permitiu nos últimos anos brincar com a cidade de Lisboa e agora, finalmente, decidiu-se pela seriedade. Não sei o que pensar do Eng. Carmona Rodrigues.
E a Arquitecta Helena Roseta? Lembro-me da exaltação da arquitecta, há meia-dúzia de anos, quando os preços do imobiliário dispararam. Helena Roseta admirava-se disso, visto que as taxas de juro estavam a cair... Portanto se a Arquitecta não compreende a relação entre as taxas de juro e o preço do imobiliário, como é que posso votar nela para a Câmara?
Suponhamos que, por um momento, o PSD esteve bem em retirar o apoio ao Presidente da CML, o que veio a despoletar as eleições intercalares. Nesse caso - virtuoso, diria! - um paisano como eu tem todo o interesse em votar num candidato apoiado por um partido político. Isso é uma garantia, nestas águas turvas camarárias, de que a cidade não é governada por alguém que perdeu a respeitabilidade política. Ora a Arq. Helena Roseta, deputada do PS, não obteve esse apoio, ou seja, não obteve a garantia do PS, de que, aliás, se desvinculou.
E se o PSD esteve mal em retirar a confiança a Carmona Rodrigues?... Talvez o perfume do voto anti-sistema emparceire Lisboa com o trio Oeiras-Felgueiras-Gondomar.
E resta o voto numa espécie de semi-anti-sistema, em José Sá Fernandes, candidato do Bloco de Esquerda.
Dá-me sempre um momento de boa disposição pensar no Dr. José Sá Fernandes.
Em primeiro lugar Sá Fernandes dá-me uma incrível sensação de vertigem. Como é que um advogado consegue, com uma providência cautelar, parar uma obra pública de envergadura na capital, durante meses a fio? É realmente impressionante. Se isso aconteceu em Lisboa, o que é que ele poderia fazer por esse país fora? Imagino que, nas calmas, poderia suspender a actividade de meio país. Isto só demonstra que o Sá Fernandes é preciso na Câmara, pelo menos para dificultar, com a sua competência, as iniciativas de outros advogados engenhosos.
Como é possível a Bragaparques, alegadamente, ter tentado corromper Sá Fernandes, conforme a acusação do Ministério Público aquela empresa? O Dr. José Sá Fernandes?! Mas não é óbvio que isso seria uma iniciativa de insucesso garantido?
Acho que já sei em quem votar.